Médica explica como a qualidade do sono influencia a memória e o risco de doenças como o Alzheimer; veja dicas práticas para melhorar as noites na terceira idade
A qualidade do sono pode influenciar a saúde do cérebro, isso porque dormir mal tende a acelerar o declínio cognitivo e aumentar o risco de doenças como o Alzheimer, sobretudo para a população idosa. De acordo com um estudo publicado na revista médica Neurology, da Academia Americana de Neurologia, pessoas entre 40 e 60 anos que têm noites de sono ruins podem apresentar sinais de envelhecimento cerebral. Além disso, um outro estudo publicado na mesma revista sugere que pessoas entre 30 e 40 anos que costumam passar por interrupções de sono possuem duas vezes mais chances de ter problemas de memória.
Segundo o Relatório Nacional sobre a Demência, divulgado pelo Ministério da Saúde, cerca de 8,5% da população brasileira com 60 anos ou mais convivem com a doença, representando aproximadamente 2,71 milhões de casos. O levantamento aponta ainda que até 2050, a projeção é que 5,6 milhões de pessoas sejam diagnosticadas no país.
A relação entre o sono e a saúde cerebral Cecília Nobre, médica da área de geriatria do AmorSaúde, rede de clínicas parceiras do Cartão de TODOS, explica que o sono tem um papel fundamental na consolidação da memória e na “limpeza” de toxinas no cérebro, ajudando a manter a função cognitiva em bom estado.
“Durante o sono profundo, o organismo realiza processos importantes para a memória e para a remoção de substâncias tóxicas associadas ao Alzheimer, como a beta-amiloide”, explica Nobre. Segundo a médica, a privação de sono ou a fragmentação do descanso noturno podem comprometer esse mecanismo e aumentar o risco de doenças neurodegenerativas.
Alterações comuns no sono dos idosos Com o envelhecimento, o padrão de sono tende a sofrer alterações naturais, como a redução do sono profundo e o aumento dos despertares noturnos. “Muitos idosos também relatam sentir sono mais cedo e acordar muito cedo, o que pode prejudicar a quantidade total de descanso”, afirma a profissional. Essas mudanças podem impactar diretamente a qualidade de vida, causando fadiga, irritabilidade e dificuldades de concentração.
Além das mudanças naturais do envelhecimento, fatores como dor crônica, doenças como depressão e ansiedade, uso de medicamentos e hábitos inadequados antes de dormir podem comprometer o sono dos idosos. “O uso excessivo de eletrônicos próximo ao horário de ir para a cama e a ingestão de cafeína impactam negativamente o sono na terceira idade”, ressalta Nobre.
A médica destaca que distúrbios do sono, como a apneia obstrutiva, também podem agravar o risco de doenças como o Alzheimer. “A apneia do sono reduz a oxigenação cerebral e está associada a um maior acúmulo de proteínas ligadas ao Alzheimer”, alerta. Além disso, insônia crônica e outros distúrbios podem acelerar o declínio cognitivo.
Quando procurar ajuda médica Nobre recomenda que os idosos e suas famílias fiquem atentos a sinais de alerta, como sonolência excessiva durante o dia, dificuldade constante para dormir ou manter o sono, roncos altos e pausas na respiração durante a noite. “Caso esses sintomas sejam frequentes, é fundamental procurar um médico para avaliação e tratamento adequado”, orienta.
Para diagnosticar distúrbios do sono, exames como a polissonografia podem ser indicados. “Esse exame avalia a qualidade do sono e identifica problemas como apneia e movimentos involuntários que podem prejudicar o descanso noturno”, explica a médica.
Como melhorar o sono na terceira idade? Segundo o Ministério da Saúde, cerca de 45% dos casos de demência poderiam ser prevenidos ou retardados. A pasta afirma que a explicação para isso está nos fatores e no estilo de vida tidos como modificáveis como baixa escolaridade, perda auditiva, hipertensão, diabetes, obesidade, tabagismo, depressão, inatividade física e isolamento social.
Por isso, Nobre ressalta que cuidar da qualidade do sono é uma estratégia essencial para preservar a memória e a saúde cerebral na terceira idade, sendo um dos fatores modificáveis. “Dormir bem é uma forma de proteger o cérebro e garantir mais qualidade de vida ao longo dos anos”, afirma a profissional. A médica lista cinco medidas essenciais para melhorar a qualidade do sono dos idosos:
1. Estabelecer uma rotina: manter horários regulares para dormir e acordar ajuda a regular o relógio biológico.
2. Criar um ambiente propício: manter o quarto escuro, silencioso e com temperatura agradável favorece o sono profundo.
3. Evitar estimulantes: reduzir o consumo de cafeína e bebidas alcoólicas, especialmente no período noturno.
4. Praticar atividades relaxantes: leituras leves, meditação e alongamentos antes de dormir podem ajudar a induzir o sono.
5. Fazer acompanhamento médico: em caso de dificuldades persistentes, buscar orientação profissional é fundamental.

Mulheres entre 30 e 50 anos são as mais afetadas pela fibromialgia
Prati-Donaduzzi investe em pesquisas e novos medicamentos para amenizar sintomas da doença
“Dor, muita dor no corpo todo. Ela está comigo há tanto tempo que já somos amigas íntimas. Aprendi a conviver com isso, apesar de não ser nada fácil. A sensação que tenho é de estar sendo abraçada por um arame farpado o tempo todo.” Assim a secretária Claudia Aguiar descreve a fibromialgia, diagnosticada em 2013. “Mas não é só a dor. Há também a tristeza, a ansiedade, a fadiga, a sensação de inutilidade por não conseguir tomar um banho direito, porque até a água do chuveiro causa dor quando encosta no couro cabeludo”, complementa. |
A fibromialgia é causada por uma alteração no sistema nervoso central, que amplifica a percepção da dor. Seus sintomas incluem dores generalizadas pelo corpo, principalmente nas articulações, músculos, tendões e tecidos moles, com duração prolongada. Além da dor, a doença pode causar fadiga, distúrbios do sono, depressão que está associada a desequilíbrios de neurotransmissores no cérebro como a serotonina, ansiedade, dificuldades de memória e concentração, bem como alterações intestinais
Segundo a Sociedade Brasileira de Reumatologia (SBR), a fibromialgia afeta cerca de 3% da população brasileira, sendo mais prevalente em mulheres entre 30 e 50 anos. A razão dessa predominância ainda não é totalmente compreendida e estudos indicam que não há relação direta com os hormônios, pois a doença pode ocorrer tanto antes quanto depois da menopausa. “O principal sintoma da fibromialgia é uma dor generalizada que acomete os dois lados do corpo por mais de três meses. O diagnóstico é clínico, pois não há alterações detectáveis em exames de sangue ou radiografias”, explica o neurologista e clínico geral Conrado Friggi Bissoli.
A intensidade da dor pode variar ao longo do tempo e ser desencadeada por fatores como estresse, desenvolvimento de outras doenças como infecções virais ou eventos traumáticos.
Tratamento Claudia conta que, além de medicamentos para controlar o desconforto, investe em terapia. “As pessoas me veem e perguntam: ‘Mas você é tão alto astral, está sempre sorrindo, de bem com a vida’. Sigo assim porque não quero me tornar a reclamona. Mas já fiquei afastada do trabalho por dez dias sem conseguir me mexer, de tanta dor”, relata a secretária.
Especialistas afirmam que a fibromialgia não tem cura, mas pode ser controlada com eficácia. O tratamento combina duas abordagens: medicamentosa e integrativa. Os medicamentos têm como objetivo reduzir a dor e melhorar a qualidade de vida do paciente, auxiliando também no sono e no controle do estresse. Para isso, podem ser prescritos antidepressivos, analgésicos e anticonvulsivantes. Já as terapias integrativas como fisioterapia, acupuntura e massagens, envolvem estratégias que ajudam a minimizar a dor e o impacto emocional da doença.
“O tratamento é individualizado e inclui orientações para evitar esforços pesados ou repetitivos, além da prática de alongamentos e exercícios musculares, preferencialmente com acompanhamento de um fisioterapeuta. Além disso, o uso de medicamentos para aliviar e prevenir as dores crônicas é essencial, frequentemente associado a antidepressivos, já que a doença pode causar alterações emocionais devido à dor constante e às limitações diárias”, ressalta Conrado.
Pesquisa e ciência no combate aos sintomas O rol de medicamentos para o tratamento da fibromialgia é amplo e inclui analgésicos, anti-inflamatórios, antidepressivos, ansiolíticos, anticonvulsivantes, relaxantes musculares e medicamentos para distúrbios do sono. “O tratamento medicamentoso da fibromialgia, além de aliviar a dor, busca melhorar a qualidade do sono e tratar sintomas associados, como depressão e ansiedade”, explica a pesquisadora da indústria farmacêutica Prati-Donaduzzi, Amanda Bedin.
A farmacêutica paranaense tem investido e se dedicado à pesquisa de novos fármacos para tratar doenças que afetam o Sistema Nervoso Central, como o canabidiol indicado para casos de epilepsia refratária e também para doenças como distúrbios do sono, dores crônicas, ansiedade e autismo. “Temos a pesquisa e inovação no DNA da Prati-Donaduzzi e além dos medicamentos que já produzimos e que são utilizados no tratamento da doença, estamos em constante pesquisa para o desenvolvimento de novos medicamentos, que diminuem os sintomas da doença”, complementa Amanda.
Fevereiro Roxo O mês de fevereiro é marcado por uma importante ação na área da saúde. A campanha Fevereiro Roxo destaca a importância do diagnóstico precoce de doenças neurológicas como a fibromialgia, do acesso a tratamentos adequados e do suporte às famílias que lidam com essas condições. Além disso, promove a conscientização sobre a necessidade de pesquisas para encontrar novas terapias para essas doenças.

Quais são os direitos dos pacientes com câncer? | Crédito de imagem: Freepick |
Brasil deve registrar mais de 700 mil casos em 2025; no Dia Mundial do Câncer (04/02), especialista fala sobre como garantir os direitos e acesso ao tratamento
A Organização Mundial da Saúde (OMS) prevê 35 milhões de novos casos de câncer no mundo até 2050; aumento de 77% em relação aos números estimados em 2022. Os dados projetam que uma em cada cinco pessoas desenvolverá a doença durante a vida. Só no Brasil, o Instituto Nacional de Câncer (INCA) estima que devem ser feitos 704 mil novos registros da doença em 2025, com 70% dos casos concentrados nas regiões Sul e Sudeste do país. |
As projeções reforçam a importância do Dia Mundial do Câncer (04/02), que coloca em evidência o tema e acende um alerta sobre como as políticas públicas estão se organizando para atender esse volume de pacientes e assegurar seus direitos. Estatuto da Pessoa com Câncer A advogada e professora do curso de Direito do Centro Universitário Integrado, de Campo Mourão (PR), Dayana Boareto, explica que no Brasil existem diversas normas voltadas aos direitos dos pacientes oncológicos. “A principal delas é a Lei nº 14.238/2021, conhecida como Estatuto da Pessoa com Câncer. Ela estabelece, por exemplo, acesso integral e equânime a serviços de saúde, atendimento prioritário e humanizado e isenção de alguns impostos e taxas.”
Mas além desta lei, a advogada lembra que outros dispositivos legais - como o Estatuto do Idoso, o Código de Defesa do Consumidor e a Legislação Previdenciária - também garantem direitos importantes aos pacientes oncológicos. “As leis asseguram mais do que a integralidade do tratamento de saúde; elas também tratam de questões que envolvem o direito ao trabalho e à educação.”
Quais são os direitos de um paciente com câncer? O acesso ao tratamento gratuito pelo Sistema Único de Saúde (SUS) é o primeiro e principal direito que todo paciente oncológico tem. Mas o desdobramento do tratamento inclui diversas etapas e situações que também estão previstas na legislação. A começar pela informação clara e completa sobre a doença, opções de terapia e prognóstico.
O fornecimento sem custo de medicamentos, o acompanhamento psicológico e social e o tratamento fora do domicílio também estão assegurados, assim como a prioridade na tramitação dos processos judiciais e administrativos.
“Os benefícios previdenciários como auxílio-doença, prestação continuada (BPC) e aposentadoria por invalidez podem ser solicitados, mas nesses casos, o paciente precisa atender aos requisitos exigidos pelo INSS para cada tipo de benefício”, esclarece Dayana.
A advogada lembra que existem ainda outros direitos que não são tão comuns, mas que as pessoas com a doença podem exercer. Estão entre eles a prioridade no atendimento em serviços públicos e privados; levantamento do FGTS; quitação de financiamento de imóveis de habitação (pelo seguro habitacional); transporte coletivo gratuito; serviço de atendimento ao consumidor e judiciário de forma preferencial.
“Vale destacar que esses são apenas alguns dos direitos dos pacientes com câncer. A legislação brasileira está em constante evolução e outros direitos podem ser aplicados em casos específicos, a depender da necessidade”, destaca a professora do curso de Direito do Centro Universitário Integrado, de Campo Mourão (PR). Onde buscar ajuda para garantir esses direitos? Embora a legislação brasileira seja clara e específica no amparo aos pacientes oncológicos, a falta de recursos na saúde, a desigualdade na oferta e acesso aos serviços nas diferentes regiões do país, o excesso de burocracia do sistema previdenciário e a falta de conhecimento da população impedem o pleno exercício dos direitos desses indivíduos.
Por isso, além de assegurar que saibam o que a lei os garante, é importante também que esses pacientes conheçam quais providências podem ser tomadas quando seus direitos são violados.
Segundo Dayana, “é possível fazer uma denúncia da situação junto ao Ministério Público e à Ouvidoria do SUS do município. Outra opção é procurar auxílio de associações para pacientes com câncer, para se informar e receber orientações. O indivíduo também pode buscar um advogado para recorrer aos seus direitos na justiça”. Sobre o Centro Universitário Integrado Localizado em Campo Mourão (PR), o Centro Universitário Integrado oferece, há mais de 25 anos, ensino superior de excelência reconhecido pelo MEC com nota máxima (5) no Conceito Institucional e nota 4 no Índice Geral de Cursos (IGC). Atento ao que o mercado necessita, busca ofertar um ensino de qualidade voltado às competências que precisam ser desenvolvidas por todos os profissionais.
Para isso, conta com infraestrutura moderna, laboratórios com tecnologia de ponta, metodologias de ensino inovadoras e corpo docente com forte experiência acadêmica e vivência prática.
Atualmente, o Integrado oferece mais de 55 cursos de graduação presencial, semipresencial e a distância - incluindo Direito, Medicina e Odontologia - e mais de 100 cursos de pós-graduação em diversas áreas do conhecimento.

32% dos brasileiros não foram ao dentista no último ano
Pesquisa realizada pela ABIMO com o apoio do CFO mostra que escolaridade tem impacto direto no acesso à saúde bucal - 46% dos brasileiros com escolaridade básica não passaram por uma consulta odontológica nos últimos 12 meses
Um estudo realizado pela ABIMO (Associação Brasileira da Indústria de Dispositivos Médicos), com apoio do CFO (Conselho Federal de Odontologia) e executado pela consultoria italiana Key-Stone, revelou dados inéditos e importantes sobre a saúde bucal no Brasil. A pesquisa realizada no período de dezembro de 2023 a dezembro de 2024 analisou tanto o comportamento da população em relação à frequência às consultas odontológicas quanto o perfil dos próprios dentistas. |
De acordo com o levantamento, 68% dos brasileiros visitaram o dentista no último ano, sendo que as mulheres lideram essa estatística. Entre aqueles que disseram ter visitado o dentista, a higiene bucal foi o tratamento mais realizado: 70% dos entrevistados afirmaram ter feito. Em contrapartida, 39% deles buscaram serviço de obturação e restauração dentária.
No entanto, os dados mostram uma desigualdade no acesso ao atendimento odontológico: 75% dos pacientes com ensino superior buscaram o dentista, enquanto apenas 54% dos brasileiros com escolaridade básica fizeram o mesmo.
A pesquisa também revelou que a renda tem uma forte correlação com a frequência de consultas: 80% das pessoas que ganham mais de 10 salários mínimos frequentaram regularmente o dentista, enquanto apenas 59% das pessoas com até um salário mínimo buscaram atendimento odontológico.
Para Paulo Henrique Fraccaro, CEO da ABIMO, a situação financeira é determinante para o acesso ao dentista, devido ao alto custo dos tratamentos odontológicos. “Hoje, por exemplo, uma simples obturação pode custar entre R$ 500 e R$ 800. Se a pessoa não tiver condições financeiras adequadas, ela acaba adiando a consulta, e o que poderia ser resolvido com um tratamento simples se transforma em algo mais complexo”, afirma. Ele lembra que o governo federal teve um esforço significativo, por meio do Ministério da Saúde, para levar a odontologia à população por meio de assistência técnica financiada pelas prefeituras, com subsídio da União. “A proposta de saúde bucal do governo federal previa a instalação de gabinetes odontológicos pelas prefeituras para atender a população carente. Contudo, a implementação tem sido muito lenta, dificultando o acesso e ampliando as desigualdades.”
Em relação ao sistema público de saúde, a pesquisa revela que 23% dos pacientes procuraram atendimento odontológico pelo SUS, sendo que a maior parte dessa parcela apresenta níveis educacionais mais baixos e faixas de renda menores. Por outro lado, 74% dos atendimentos ocorreram na rede privada, o que evidencia que a demanda por serviços odontológicos particulares ainda supera significativamente a procura pelo SUS.
"A pesquisa revela dados importantes sobre o comportamento dos brasileiros com relação à busca pelo atendimento odontológico e deixa evidente, por exemplo, a necessidade de ampliação de oferta dos serviços de Saúde Bucal na rede pública. Felizmente há uma perspectiva de que isso possa ocorrer gradualmente por meio da aplicação da Política Nacional de Saúde Bucal, criada por meio da lei federal 14.572 de 2023 e que incluiu o Programa Brasil Sorridente no SUS. Esse foi um avanço importante que deve garantir maior acesso aos tratamentos odontológicos, beneficiando especialmente as pessoas em situação de vulnerabilidade", pontua Claudio Miyake, presidente do Conselho Federal de Odontologia (CFO).
Perfil dos dentistas no Brasil O estudo também traçou o perfil de atuação dos dentistas no Brasil, revelando que apenas 35% dos profissionais trabalham com convênios odontológicos, um percentual que sobe para 39% entre mulheres dentistas.
Além disso, procedimentos estéticos, que incluem ortodontia e tratamento de estética dentária, como clareamento ou lente de contato dental, são praticados por 86% dos dentistas entrevistados. Em contraste, a medicina estética para harmonização orofacial é a disciplina menos praticada dentro dos consultórios odontológicos, com pouco mais de um terço da amostra declarando que a pratica. Dos entrevistados, 8% preveem introduzir a técnica no futuro, 12% estão interessados em explorar essa oportunidade, enquanto quase metade (46%) não demonstra interesse em realizá-las. No entanto, observa-se uma maior difusão em consultórios nos estados da região Sul (44%) e em consultórios maiores (43% nos consultórios com pelo menos três cadeiras).

Hanseníase: entenda porque a doença ainda é um desafio no Brasil
Especialistas do CEJAM abordam sintomas, tratamentos e como buscar ajuda gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS)
O Brasil é o segundo país com mais casos de hanseníase no mundo, ficando atrás apenas da Índia, de acordo com o Ministério da Saúde. A doença, causada pela bactéria Mycobacterium leprae, afeta a pele e nervos periféricos, podendo causar incapacidades físicas se não tratada. |
Entre os sintomas mais comuns estão manchas na pele que podem variar de esbranquiçadas a avermelhadas ou amarronzadas e, geralmente, apresentam também a perda de sensibilidade ao toque, calor, frio ou dor. Em alguns casos, surgem caroços, e, nos estágios mais avançados, pode haver fraqueza muscular e deformidades.
Mesmo tendo cura, o quadro carrega consigo um estigma que transcende séculos e deixa marcas emocionais e sociais. Hoje, muitos pacientes diagnosticados ainda enfrentam preconceito e discriminação.
“A hanseníase é uma doença complexa. É fundamental adotar uma visão mais ampla ao tratá-la, levando em consideração não apenas os aspectos biológicos, mas também suas implicações na vida das pessoas afetadas e as dimensões psicológicas e sociais. Só assim é possível proporcionar um atendimento integral e humanizado aos pacientes”, afirma Dra. Flávia Rosalba, dermatologista do Hospital Dia Campo Limpo, gerenciado pelo CEJAM – Centro de Estudos e Pesquisas “Dr. João Amorim” em parceria com a Secretaria Municipal da Saúde de São Paulo (SMS-SP).
Sentimentos como ansiedade, baixa autoestima, vergonha, culpa, necessidade de se isolar e depressão podem ser experienciados por pacientes com hanseníase. Essas emoções podem se tornar grandes barreiras ao tratamento, uma vez que alguns pacientes hesitam em buscar ajuda por medo.
“No entanto, o tratamento é crucial para interromper a transmissão. Todo o cuidado é realizado com medicações em comprimidos, disponibilizados pelo Sistema Único de Saúde (SUS)”, explica a médica.
Outro desafio é o diagnóstico tardio da doença. A especialista enfatiza que a regularidade das consultas dermatológicas pode fazer uma grande diferença nesse aspecto, proporcionando uma análise precoce e evitando possíveis complicações de saúde.
Cuidado psicológico como parte necessária do tratamento A reabilitação física e emocional deve andar de mãos dadas, com ações integradas. Assim, o cuidado psicológico é uma parte essencial do tratamento da hanseníase, por conta de todo o impacto que a doença pode acarretar à saúde mental.
“O acompanhamento em psicoterapia é uma forma de trabalhar a aceitação e ressignificação do diagnóstico com o paciente”, complementa Ana Paula Ribeiro Hirakawa, psicóloga que atua no CER IV M’Boi Mirim, gerenciado pelo CEJAM em parceria com a SMS-SP.
Ela explica que o suporte psicológico pode incluir terapias individuais e, principalmente, atividades em grupo que abordem questões de autoestima, enfrentamento e reinserção social. Nesse sentido, os grupos de apoio podem ser um reforço a mais.
Já o suporte social, inclui orientações de assistentes sociais, que podem direcionar a pessoa para programas governamentais e comunitários para inclusão e reintegração.
SUS oferece suporte A Unidade Básica de Saúde (UBS) é a porta de entrada para o cuidado dos pacientes com hanseníase. Ela dispõe de uma equipe multiprofissional que auxilia no diagnóstico, realizando os encaminhamentos necessários para centros especializados de hanseníase e reabilitação, além de também oferecer o tratamento.
A terapia, um recurso importante para o apoio a esses pacientes, também pode ser acessada gratuitamente a partir da UBS mais próxima. As unidades gerenciadas pelo CEJAM, por exemplo, possuem uma linha de cuidado dedicada exclusivamente à saúde mental, que faz toda a diferença no acolhimento e cuidado dessas pessoas.
Sobre o CEJAM O CEJAM - Centro de Estudos e Pesquisas “Dr. João Amorim” é uma entidade filantrópica e sem fins lucrativos. Fundada em 1991, a Instituição atua em parceria com o poder público no gerenciamento de serviços e programas de saúde em São Paulo, Rio de Janeiro, Mogi das Cruzes, Campinas, Carapicuíba, Franco da Rocha, Guarulhos, Itu, Santos, São Roque, Ferraz de Vasconcelos, Pariquera-Açu, Itapevi, Peruíbe e São José dos Campos.
A organização faz parte do Instituto Brasileiro das Organizações Sociais de Saúde (IBROSS), e tem a missão de ser instrumento transformador da vida das pessoas por meio de ações de promoção, prevenção e assistência à saúde.
O CEJAM é considerado uma Instituição de excelência no apoio ao Sistema Único de Saúde (SUS). O seu nome é uma homenagem ao Dr. João Amorim, médico obstetra e um dos fundadores da Instituição.
No ano de 2025, a organização lança a campanha “365 novos dias de saúde, inovação e solidariedade”, reforçando seu compromisso com os princípios de ESG (Ambiental, Social e Governança).
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Janeiro Branco: cuide da sua mente, evite o excesso de celular
Neste mundo cada vez mais agitado, cheio de estímulos e de muitos desafios, precisamos falar sobre saúde mental e emocional. A campanha Janeiro Branco tem como propósito quebrar tabus e também estimular o diálogo, inclusive em torno de questões muito presentes em nosso dia a dia que afetam nossas emoções e podem causar distúrbios psicológicos. A ideia é promover maior reflexão sobre a importância de cuidarmos da mente, assim como cuidamos do corpo, enfatizando que a saúde mental é um aspecto fundamental para nossa qualidade de vida. |
O Janeiro Branco é uma campanha de conscientização. A escolha de janeiro, um mês tradicionalmente associado ao recomeço e à renovação, simboliza a ideia de que esse é um bom momento para refletirmos sobre o bem-estar mental e a adoção de práticas saudáveis para o cuidado emocional. E, dentro deste contexto, é urgente que a sociedade dê maior atenção a um fenômeno crescente e preocupante: a dependência psicológica do celular.
Estudos já comprovaram que o uso excessivo e compulsivo do celular pode afetar significativamente a saúde emocional e psicológica. Como o celular proporciona acesso constante a informações, redes sociais e e-mails, pode gerar sobrecarga cognitiva e aumentar o estresse, já que o cérebro está constantemente processando dados e notificações.
Além disso, a pressão da sociedade para que estejamos sempre disponíveis, com a sensação de que é necessário responder rapidamente às mensagens, ou estar sempre conectado, pode causar muita ansiedade. Atualmente, as pessoas se sentem pressionadas a estar “on” o tempo todo, o que dificulta a desconexão. Muitos estão, inclusive, desenvolvendo comportamentos compulsivos ao verificar constantemente o celular – o que é conhecido como nomofobia (medo de ficar sem o celular) -, e que pode levar a um ciclo de estresse e ansiedade, afetando totalmente o equilíbrio emocional.
“É importante que os pais, educadores e toda a sociedade estejam atentos para ajudar a combater a compulsão doentia pelo celular. Muitas pessoas estão restringindo o convívio em grupo ou mesmo se isolando, já apresentando alterações emocionais e psíquicas. É preciso reintegrá-los em atividades sociais e esportivas e estimular a busca por tratamentos, com foco na mudança de comportamento, na educação digital, e, em alguns casos, com a ajuda de terapia. Precisamos apoiar e incluir todos para que consigam sair do vício e da dependência, trazê-los de volta a uma vida mais saudável e participativa”, pontua o Defensor Público Federal André Naves, especialista em Inclusão Social.
O Janeiro Branco é, portanto, fundamental para mostrar que qualquer um, atualmente, está sujeito a desenvolver transtornos emocionais. A campanha visa a combater o estigma associado a quem apresenta alterações mentais e de comportamento, estimulando a busca por apoio psicológico.
“Sabemos que a saúde emocional e psicológica é o resultado da interação entre fatores ambientais, sociais, pessoais e genéticos. Precisamos lutar contra o preconceito associado aos portadores de transtornos mentais, educando a sociedade sobre a importância de dar atenção à saúde mental tanto quanto à saúde física. E, assim, prevenindo e tratando problemas como depressão, ansiedade e até mesmo o suicídio, que são questões sérias e crescentes na sociedade contemporânea”, afirma o Defensor André Naves.
O autoconhecimento, o equilíbrio emocional e a busca de ajuda, quando necessário, são essenciais. Ao estimular o debate em torno de temas tão presentes na vida moderna, a campanha Janeiro Branco contribui para que as pessoas se sintam mais confortáveis para falar sobre suas emoções, enfrentar seus problemas emocionais de maneira saudável e buscar ajuda profissional sempre que necessário.
Cuidar da saúde mental é fundamental para o equilíbrio e a qualidade de vida. Pense nisso.

Boca, o oráculo da saúde.
Especialista cita algumas doenças podem ser identificadas no exame bucal
Acredite ou não, seu dentista pode ser o primeiro profissional de saúde a detectar sinais de osteoporose. Isso porque a perda dentária, o recuo da gengiva e dentes com mobilidade mais acentuada são indicadores dos estágios iniciais da doença, caracterizada pelo afinamento gradual da densidade óssea e que acomete mais comumente mulheres a partir dos 50 anos. |
Além da osteoporose, outras doenças podem ser identificadas pelo exame bucal. “Estudos estimam dezenas de doenças que se manifestam pela boca. Até a língua é um grande indicador de saúde. Sua coloração, textura e odor podem ser determinantes para o diagnóstico de patologias. Aos interessados em procedimentos estéticos, é crucial ir a um dentista que tenha experiência em diagnóstico e priorize um exame bucal detalhado, antes de iniciar qualquer intervenção. Caso contrário, há o risco de ‘maquiar’ vários sinais de doenças”, alerta Marcelo Kyrillos, cirurgião-dentista da clínica Ateliê Oral.
A seguir, Kyrillos cita outros exemplos de problemas de saúde que podem ser identificados na cadeira do dentista.
Refluxo: dentes rachados e deteriorados podem sinalizar refluxo gastroesofágico ou ácido. No primeiro, o ácido do estômago sobe de volta para o esôfago. Esse ácido pode chegar à boca e, eventualmente, dissolver as camadas dos dentes. A perda do esmalte dentário é permanente e, sem detecção e tratamento adequado, pode resultar na rápida deterioração dos mesmos.
Depressão ou ansiedade: a erosão dentária também pode ser um indicativo de ansiedade ou depressão. Pacientes com esse quadro, costumam desenvolver bruxismo que é o apertamento dos dentes, ocasionando ainda problemas graves de articulação e dores crônicas na região cervical, cabeça e pescoço.
Câncer de boca: lesões na cavidade oral ou nos lábios que não cicatrizam por mais de 15 dias; dor persistente na boca, na garganta ou no ouvido; dificuldade ao engolir; qualquer inchaço ou nódulo na boca, na garganta ou no pescoço que não diminuem; rouquidão ou mudanças na voz que persistem, podem ser sinais de câncer oral.
Anemia: a ausência de glóbulos vermelhos saudáveis causa fadiga, palidez, falta de ar e tonturas. Outra manifestação é uma língua mais lisa e descorada (ideal é que esse músculo esteja sempre áspero e brilhante).
Diabetes: os níveis elevados de glicose no sangue podem afetar as células sensoriais do paladar, causando um gosto amargo ou gosto de sal na boca. Além disso, o diabetes pode aumentar o risco de infecções nas gengivas e nos ossos que sustentam os dentes, ocasionando a perda dentária e deixando, frequentes, as gengivas vermelhas e sensíveis. Importante ainda dar atenção ao sangramento gengival, que é frequentemente um dos primeiros sinais de doença periodontal, e pessoas com diabetes têm maior risco de desenvolver essa condição.
“Ir ao dentista é tão sério como os check-ups de sangue, urina, ou de imagem. Isso porque odontologia não se resume a dentes. Por isso, é fundamental escolher profissionais que priorizem um exame clínico aprofundado, considerando a saúde e a função da boca em primeiro lugar, colocando a estética somente como uma aliada”, destaca.

30% dos tumores no Brasil são de pele: Dezembro Laranja reforça a prevenção.
Campanha mostra a importância do diagnóstico precoce para combater a doença mais comum entre os brasileiros
O mês de dezembro traz à tona um tema de extrema relevância para a saúde pública: a prevenção ao câncer de pele. Batizado como Dezembro Laranja, o movimento tem como objetivo conscientizar a população sobre os riscos dessa doença, que é a mais comum entre os brasileiros, representando cerca de 30% de todos os tumores malignos registrados no país, de acordo com o INCA (Instituto Nacional de Câncer). Além de informar sobre os fatores de risco e formas de prevenção, a campanha também busca destacar a importância do diagnóstico precoce, essencial para aumentar as chances de cura e reduzir sequelas. |
A luz solar, enquanto vital para a vida, também pode ser uma inimiga em potencial. A exposição prolongada e desprotegida é a principal causa do câncer de pele, e os danos acumulados ao longo dos anos podem se manifestar de formas severas. Nesse cenário, o uso de protetor solar, chapéus, óculos de sol e roupas adequadas emerge como uma das principais barreiras contra a doença. Ainda assim, muitas pessoas negligenciam esses cuidados básicos, reforçando a necessidade de campanhas educativas como o Dezembro Laranja.
“O câncer de pele ocorre principalmente nas regiões mais expostas ao sol, como rosto, pescoço e orelhas”, explica a Dra. Sílvia Picado, Médica Cirurgiã de Cabeça e Pescoço da Prefeitura Municipal de Santos e Diretora Social da APM Santos. “Os sinais de alerta incluem manchas que coçam, descamam ou sangram, sinais que mudam de tamanho, forma ou cor, e feridas que não cicatrizam em até quatro semanas. Por isso, é essencial conhecer o ABCD do câncer de pele”, orienta a especialista. Segundo o critério ABCD, deve-se observar a assimetria, as bordas irregulares, as variações de cor e o diâmetro das lesões, sendo que diâmetros superiores a 6 mm merecem atenção.
Entre os tipos de câncer de pele, o carcinoma basocelular é o mais comum e, apesar de atingir camadas mais profundas da pele, não está associado a altas taxas de mortalidade. O carcinoma espinocelular, por sua vez, pode causar sintomas como enrugamento e perda de elasticidade nas áreas afetadas. Já o melanoma, embora menos frequente, é o mais agressivo e exige maior atenção devido à sua alta taxa de mortalidade. “Quando diagnosticado precocemente, o melanoma apresenta altas chances de cura. Por isso, qualquer alteração na pele deve ser avaliada por um médico”, reforça a Dra. Sílvia.
A especialista também destaca a importância de medidas preventivas no dia a dia. “Além de usar protetor solar diariamente, mesmo em dias nublados, é necessário reaplicá-lo a cada duas horas ou após mergulhos e transpiração intensa. Também é importante utilizar protetor labial e lembrar de proteger o couro cabeludo, especialmente os calvos”, afirma. Outro ponto relevante é evitar o bronzeamento artificial, prática que está associada ao aumento significativo do risco de desenvolver a doença.
O tratamento do câncer de pele varia conforme o tipo e o estágio da doença, mas geralmente inclui cirurgia, radioterapia, quimioterapia e imunoterapia. “Com o diagnóstico precoce, é possível realizar cirurgias menos agressivas, reduzindo as sequelas e aumentando as chances de recuperação”, finaliza a Dra. Sílvia Picado. Portanto, o recado é claro: cuidar da pele é mais do que uma questão de estética; é uma questão de saúde.
Sobre Sílvia Picado A Dra. Sílvia Picado possui graduação em Ciências Médicas pelo Centro Universitário Lusíada (UNILUS). Concluiu Residência Médica em Cirurgia de Cabeça e Pescoço em 2015 e obteve o título de especialista pela Sociedade Brasileira de Cirurgia de Cabeça e Pescoço (SBCCP) no mesmo ano, tornando-se membro efetivo e integrante da atual comissão de marketing da SBCCP.
Em 2019, a Dra. Sílvia Picado concluiu o mestrado no programa de Pós-graduação em Fisiopatologia Experimental da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP). Atualmente, exerce o cargo de professora na UNILUS e é a Diretora Social da Associação Paulista de Medicina de Santos (APM Santos).

Causas, tipos e tratamentos: saiba tudo sobre feridas em pacientes diabéticos.
Conscientização do Diabetes - momento importante para alertar sobre os riscos e entender melhor o tratamento adequado às feridas
O diabetes é uma doença crônica que pode causar uma série de complicações de saúde, e as feridas estão entre as mais frequentes e preocupantes. As feridas em pacientes diabéticos têm uma maior prevalência devido a uma combinação de fatores que tornam o processo de cicatrização mais lento e as infecções mais comuns: a má circulação sanguínea, a neuropatia (dano nos nervos) e a resposta imunológica comprometida. |
Novembro, Mês Mundial de Conscientização do Diabetes, foi um momento importante para alertar sobre os riscos e entender melhor o tratamento adequado às feridas em pacientes diabéticos. Em todo o país, ações voltadas à informação, educação e prevenção sobre a doença ajudam no enfrentamento de complicações como feridas crônicas e amputações.
Uma delas é o projeto social Dia D, da Cicatriclin, referência nacional no tratamento de feridas e cuidados com pacientes diabéticos, que leva à população dicas de educação física, serviços de podologia e de nutrição, entre outros. O resultado é o aumento no número de diagnósticos precoces, maior adesão a tratamentos preventivos e a redução nos casos de complicações graves associadas à diabetes - menos amputações, menos hospitalizações e uma melhora visível na qualidade de vida dos brasileiros.
Os tipos de feridas mais comuns em pessoas com diabetes são as úlceras nos pés (conhecidas como “pé diabético”) e feridas em outras áreas de pressão, como os calcanhares e a região sacral (no fim da coluna, próximo ao cóccix).
O pé diabético é, sem dúvida, uma das complicações mais sérias, responsável por grande parte das amputações em diabéticos. Essas lesões ocorrem principalmente devido à perda de sensibilidade, causada pela neuropatia, e à má circulação nos membros inferiores, que impede o fornecimento adequado de oxigênio e nutrientes às células, dificultando a cicatrização.
O que torna as feridas em diabéticos diferentes daqueles de outros pacientes. As feridas em diabéticos têm características específicas que as diferenciam de lesões em outros pacientes. Elas frequentemente aparecem como úlceras abertas, com bordas irregulares, pele endurecida ao redor e, muitas vezes, com presença de necrose (tecido morto). Além disso, podem drenar pus, ter um odor forte e exibir sinais de infecção, como vermelhidão e calor na área afetada. A progressão de uma ferida que inicialmente parece pequena pode ser rápida e devastadora se não tratada adequadamente.
Essas feridas podem complicar e gerar graves consequências para a saúde devido à vulnerabilidade dos pacientes a infecções e à dificuldade do corpo em curar feridas. A combinação de má circulação e sistema imunológico enfraquecido significa que até mesmo pequenos ferimentos podem se transformar em grandes infecções, que podem atingir os ossos ou resultar em gangrena. Em muitos casos, se essas complicações não forem controladas, a amputação pode se tornar necessária. Como deve ser o tratamento de feridas em pacientes com diabetes?
O tratamento das feridas em diabéticos deve ser feito de forma multidisciplinar. A primeira medida é o controle rigoroso dos níveis de glicose no sangue, já que a hiperglicemia interfere diretamente no processo de cicatrização. O acompanhamento de um médico especializado, como o angiologista ou cirurgião vascular, é fundamental, e um especialista em tratamento de feridas também deve ser consultado para tratar a pele e as lesões em si.
Ao lidar com a ferida, o profissional deverá fazer a limpeza e o desbridamento (remoção de tecidos mortos), com o uso de curativos específicos para úlceras e, em casos mais avançados, terapias mais intensivas, como a terapia por pressão negativa ou enxertos de pele. Além disso, o uso de antibióticos pode ser necessário para controlar infecções.
Os pacientes também são orientados a reduzir a pressão nas áreas afetadas, usando calçados especiais ou mantendo repouso. A avaliação contínua por uma equipe multidisciplinar é essencial para prevenir complicações mais graves.
A Cicatriclin, maior rede de tratamento de feridas do Brasil, possui em todas suas unidades equipe médica e estrutura completas para o atendimento de pacientes com diabetes e o tratamento de suas feridas. Além disso, dra. Bianca Oliveira, fundadora da rede, está à disposição para entrevistas sobre o assunto e sobre o projeto social Dia D.


Terapias complementares podem ser utilizadas no tratamento da fibromialgia; entenda como.
Especialista da Unimed Araxá explica as abordagens mais recomendadas e seus benefícios
A fibromialgia é uma condição complexa e desafiadora que afeta milhões de pessoas em todo o mundo. Segundo o médico reumatologista da Unimed Araxá, Carlos Eugênio Parolini, a doença é caracterizada por dores crônicas generalizadas, fadiga, distúrbios do sono e dificuldades cognitivas (concentração, raciocínio, controle dos pensamentos, aprendizagem, etc.). “Embora o tratamento convencional com medicamentos e fisioterapia desempenhe um papel importante no manejo da doença, muitas pessoas também buscam terapias complementares para aliviar os sintomas e melhorar a qualidade de vida”, ressalta. |
Especialista em tratamentos de fibromialgia, o médico destaca que uma das abordagens mais recomendadas é a prática de exercícios regulares. “Eles podem incluir alongamentos (pilates), atividade aeróbica de baixo impacto como a caminhada, natação e hidroginástica. O treinamento de força também é benéfico para fortalecer os músculos e diminuir a sensação de fadiga”, indica.
A alimentação saudável também desempenha um papel importante. “O uso de dieta anti-inflamatória (restrição de açúcares, farinha refinada) e rica em frutas, vegetais, grãos integrais, além de ácidos graxos e ômega 3 (linhaça, sardinha, salmão, etc.) podem também beneficiar o tratamento. A dieta pode ser acompanhada do uso de suplementos como o magnésio (dimalato) e melatonina. Fora isso, temos as atividades físicas integrativas (mente e corpo) associadas à meditação, respiração e autocontrole: yoga, tai chi e lian gong”, destaca.
Técnicas corporais 1) Acupuntura: sistêmica (agulhas em vários pontos distribuídos no corpo), auriculoterapia (agulhas na orelha), acupuntura com laser (sem agulhas, indolor), eletroestimulação com agulhas; 2) Massoterapia: alívio da tensão muscular; 3) Osteopatia: liberação das fáscias e músculos; 4) Hidroterapia: terapia da água aquecida, assistida por fisioterapeuta para liberar as tensões musculares; 5) TDCS: estimulação elétrica transcraniana, para diminuir a dor; 6) EMT: estimulação magnética transcraniana para diminuir a dor; 7) Reiki: foco no campo energético; 8) Terapia crânio-sacral: equilíbrio do sistema nervoso e das tensões.
Atividades e terapias cognitivo-comportamental: 1) Meditação: alívio da dor, controle do estresse, autoconhecimento; 2) Psicoterapia cognitivo-comportamental – realizada por psicólogo – reestruturação dos pensamentos; 3) Arteterapia: melhora da expressão emocional; 4) Musicoterapia: melhora da expressão emocional; 5) Participação em grupos de apoio com equipe multidisciplinar.
Importante A educação do paciente no sentido de saber o que é a fibromialgia, que tem tratamento, que não leva à invalidez e a importância do conhecimento sobre o autocuidado com sua mente e seu corpo são pontos essenciais no manejo da fibromialgia. Por isto, torna-se imprescindível o tratamento do paciente com fibromialgia por equipes interdisciplinares (médico reumatologista, psicólogo, terapeutas, educadores físicos e nutricionista). “O reumatologista é o especialista responsável para tratar o paciente com fibromialgia e direcioná-lo para quais terapias melhor o atendem naquele momento, em uma decisão compartilhada”, finaliza Dr. Carlos Parolini. |
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