Senado aprova projeto que altera lei do Fundeb
Como sofreu modificações, o texto volta para análise na Câmara dos Deputados
Uma das mudanças é a ampliação da definição de quais profissionais da
educação podem receber recursos do Fundo. No novo modelo, 70% do Fundeb pode ir
para o pagamento de salários de profissionais da educação. Relator do
projeto na Câmara, o deputado federal Gastão Vieira (PROS-MA) explica a
importância da medida.
“Isso trazia uma certa intranquilidade para o gestor, e insegurança
jurídica. Agora criamos um artigo que diz quem pode ser enquadrado como
profissional da educação e, portanto, receber dos 70% do Fundeb”, disse.
De acordo com a proposta, os profissionais estabelecidos são: docentes,
profissionais no exercício de funções de suporte pedagógico direto à docência,
de direção ou administração escolar, planejamento, inspeção, supervisão,
orientação educacional, coordenação e assessoramento pedagógico, e
profissionais de funções de apoio técnico, administrativo ou operacional, em
efetivo exercício nas escolas das redes públicas de educação básica.
Essa definição permite incluir profissionais como psicólogos e assistentes
sociais que estejam atuando na atividade pedagógica entre os salários pagos com
recursos do fundo. A proposta também flexibiliza a escolha de bancos pelos
gestores municipais.
“Nós resolvemos, por exemplo, o problema dos bancos. Porque na legislação
anterior dizia que somente o Banco do Brasil e a Caixa poderiam movimentar os
recursos do Fundeb. Nós alteramos isso para que os municípios possam operar a
folha deles em um banco privado”, destaca o congressista.
Fundeb
O Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização
dos Profissionais da Educação (Fundeb) é um fundo especial composto por
recursos provenientes de impostos e das transferências dos Estados, Distrito
Federal e Municípios vinculados à educação.
Todo o recurso do fundo é redistribuído para aplicação exclusiva na
manutenção e no desenvolvimento da educação básica pública, assim como na
valorização dos profissionais da educação, incluída sua remuneração. É o que
explica a professora da Faculdade de Educação da Universidade de Brasília
(UnB), Catarina de Almeida.
“A partir do Fundeb se estabeleceu um valor mínimo nacional por estudante,
porque se deixasse sem esse balizamento, sem essa ajuda dentro dos três entes
federados, teríamos uma desigualdade de oferta muito maior no país. Então, o
Fundeb é exatamente esse fundo que tenta trazer mais equidade para a educação
básica no Brasil”, pontua.
Promulgado em agosto de 2020 pelo Congresso Nacional, o novo Fundeb passou a
compor a Constituição Federal e se tornou um fundo permanente. Até então, o
fundo tinha prazo determinado e acabaria no fim do ano passado. No novo
formato, 70% do Fundeb pode ser destinado ao pagamento de salários de
profissionais da educação. (Fonte: Brasil 61)
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